quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Essa é pra Casar!!!

Eu não!
Passo.
Definitivamente, não nasci pra casar.  Só pra casar, que digo.
E, mesmo vindo do interior da bahia, com pais relativamente conservadores, não fui nada estimulada a isso, nem a ser Amélia, ou seja, passiva na vida.
Muito pelo contrário, fui estimulada a estudar, a ser independente, a viajar, a viver minha vida da forma mais intensa e melhor para mim. Sempre soube que para minha mãe, ser independente era o fundamental! Então investimento em educação era feito com muita boa vontade pela minha família.
E ser Amélia, na minha opinião, não é a mulher que não trabalha fora; é aquela que é totalmente dependente emocionalmente, e completamente passiva em casa. Isso também não sou. Tenho certeza.

Pensando de uma maneira geral, eu demorei para casar, isso aconteceu este ano; já formada há dez, independente financeiramente desde então. Isso nunca foi um problema, ou um constrangimento pra mim.
Não fui mesmo criada pra casar. E agora casada, este novo estado civil, me causa um certo estranhamento.
 Agora, eu preciso pensar por dois, responder pelo casal, abdicar de coisas e acrescentar outras pelo bem comum. E a mudança mais importante foi na minha forma de ver o trabalho.

Vou explicar melhor. Meu marido não é médico. E médico, de fato, trabalha muito, além de ter uns horários loucos.Trabalha a noite, fim de semana, mais de oito horas por dia, etc.
Há um tempo eu já andava com vontade de reformular minha vida, e o casamento foi só o empurrão que faltava. Então desde o ano passado, eu desacelerei : não faço mais plantões noturnos, tenho dois períodos de folga na semana, consigo almoçar em casa quase todos os dias, mesmo morando em São Paulo.
Bom, o fato é que para minha surpresa, cada vez que eu diminuía a carga horária, minha mãe se preocupava.
Confesso que não esperava essa reação. Mas agora eu vejo que esta atitude dela  não deveria me surpreender em nada. Afinal, mesmo ela ganhando pouco, sendo de meu pai a responsabilidade do sustento, seus filhos indo morar em Salvador, ela nunca parou de trabalhar.
A admiro tanto! Por isso e por tanto mais....
Talvez até pela postura dela e pelo seu comprometimento familiar, eu perceba que desacelerar sim, mas para de trabalhar, nunca.
Não funcionaria comigo.


A questão que fica é : Será que a minha geração está indo na contramão das feministas? Será que desacelerar, ou parar de trabalhar com o casamento ou com a chegada dos filhos mostra uma nova tendência?
Ou só quer dizer, que finalmente alcançamos o meio- termo?
Nem tanto lá, nem tanto cá.
Não sei se é uma tendência, ou uma mudança de conceito familiar.
Sei que não acho um retrocesso. Nem um pouco.
Talvez tenhamos alcançado o meio, onde mora a virtude. Não é mesmo?


Outra questão : Será que ainda existe aquela mulher que se enquadra no " Esta é prá casar" ?
Em todos os sentidos?Foto daqui

5 comentários:

  1. Loerena,
    Eu nunca quis casar, nunca quis ter filhos, nunca quis ser dona de casa. Eu queria estudar cada vez mais, queria aprender outras linguas, fazer meu mestrado, viajar.
    Aí mudei de ideia!
    O dia que qualquer feminista vier me encher a paciência por ter virado "amélia", além de mandar passear vou dizer que tive que ser muito mulher para assumir que NESSE MOMENTO o que me faz feliz é essa vida de dona-de-casa.
    E que bom que hoje a tem opção, não?
    Um beijo

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  2. N., concordo muito comvoce. Em tudo. Cada uma de nós tem a sua história e a liberdade de mudá-la como quiser, quando bem entender.
    Acho que chegamos num meio termo. Foi preciso o feminismo, para ficarmos femininas, por opção.
    E, pra mim Amelia, nao tem nada a ver com ser dona de casa, nao. É mais um estado de espirito. E , pelo blog, já acho que vc não é!
    Beijos

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  3. Acredito sim que ainda existam essas Amélias que aceitam tudo e fazem de tudo em nome do casamento e dos filhos, em menor número claro, mas existe... tenho uma tia assim...
    Quanto a parar de trabalhar, não acho que seja uma tendência, mas talvez uma preocupação a mais com os filhos na hora de educar, estar mais presente já que esse mundo está tão louco.
    Confesso a você que se eu pudesse diminuiria minha carga horária/dia para meio período para ficar mais perto da minha filhota, como não posso por enquanto, sempre que estamos juntas meu tempo é direcionado a ela! :)
    bjinhos

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  4. Achei ótimo o texto, mas vou me focar em apenas uma coisa...como é lindo uma filha depois de formada, totalmente independente se preocupar com a opinião da sua mãe, valorizar o carinho dedicado desde a infância...me emocionou.

    Beijo querida.

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