sábado, 5 de maio de 2012

Sobre Esquizofrenia, Sexo, Amor e uma Mudança de Opinião

Eu estou envolvida num projeto de pesquisa que envolve pacientes psiquiátricas e suas vidas sexuais.
Pra isto, eu estou realizando também a prevenção ginecológica em mulheres portadoras de esquizofrenia  que são acompanhadas na UNIFESP, em São Paulo.

Bom, semana passada eu e Carol ( ginecologista responsável do Projeto Afrodite), demos uma palestra sobre sexualidade, as disfunções, a consulta ginecológica, etc, pra elas.
Foi aí que começou todo o X da questão.
Até este contato preliminar com elas, eu confesso que tinha uma opinião preconceituosa e simplista demais para esta questão: achava que, a depender do avanço da doença, estas pacientes nem deveriam exercer atividade sexual.
NUNCA.
O que eu descobri?
O que mudou eu mim?

Bom, eu percebi que é inerente ao ser humano a vontade de acasalar.
De viver o amor, e de exercer sua sexualidade plenamente.
Isto inclui fazer sexo.
OBVIO.
E claro, que todas suas consequencias, desde a transmissão de doenças até a gravidez.

Mais uma vez, percebi que eu tenho que estar aberta para rever meus conceitos sempre.
Eu não posso atendê-las bem, e orientá-las corretamente, se não for capaz de entendê-las.
Eu não posso trabalhar com sexualidae, se insistir em  "tapar alguns sóis com a peneira".

Claro que ainda acho que existam situaçoes extremas, que merecem um outro olhar.
Mas aí, já deixo pro psiquiatra.
Pra mim, ficou o aprendizado, a convicção que o ser humano quer se unir, ter uma companhia.
Que ninguém pode ser feliz sozinho.

E eu não falo de casamento não. Acredito que algumas pessoas possam optar e viver bem de outra maneira. Não sou uma "casadoira" louca.

Mas, sozinho, sem amor, sem exercer toda sua sexualidade, e agora não me refiro só ao sexo, tenho certeza que NINGUEM vive em paz.
E o que a gente quer, além de PAZ nesta vida?


Humm... acho que boas surpresas me esperam com estas mulheres especiais.

E quem achou que meu trabalho era monótono?

7 comentários:

  1. Lorena, conheço/conheci alguns portadores de doenças psiquiatricas, e a maior parte deles era sexualmente ativos, muitos inclusive com filhos e te garanto que em doenças controladas as relações amorosos e o sexo em si só tendem a melhorar o equilibrio e a estabilidade deles. E estar aberta a mudar de opnião é a melhor caracteristica que um ser humano possa ter. Beijo

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  2. Olha, nunca achei que teu trabalho era monótono, muito ao contrário!

    Mas que delícia entrar em um mundo novo cheio de coisas a serem descobertas e o melhor: ajudando outras pessoas!

    Parabéns Lorena! Traga todas a novidades sobre isso para nós!

    beijos

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  3. Marcos = magaldino@ig.com.br6 de maio de 2012 às 13:47

    Minha esposa faz tratamento de esquizofrenia há mais de 10 anos , temos 20 anos de casados e tinhamos uma vida sexual super ativa , só que apos o tratamento as relações foram esfiando por parte dela , chagando ao ponto dela dizer que me ama muito , não vive sem mim , mas não tem mais nenhum interesse por sexo.Por mais que o seu Psiquiatra fale sobre a importancia do sexo , ela não quer mais. Existe algum grupo de estudo para esta situação ???

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  4. Minha esposa faz tratamento de esquizofrenia há mais de 10 anos , temos 20 anos de casados e tinhamos uma vida sexual super ativa , só que apos o tratamento as relações foram esfiando por parte dela , chagando ao ponto dela dizer que me ama muito , não vive sem mim , mas não tem mais nenhum interesse por sexo.Por mais que o seu Psiquiatra fale sobre a importancia do sexo , ela não quer mais. Existe algum grupo de estudo para esta situação ???
    Marcos Antonio =
    e-mail = magaldino@ig.com.br

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  5. ainda ha muito preconceito com pessoas portadoras de doenças mentais. Na Nova Zelandia, os programas de conscientizaçao são constantes e ha estatísticas que dizem que 1 em 3 pessoas sofremd e algum tipo de doença mental.

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  6. É mesmo Inaie super importante a consientizaçao.
    Marcos, o meu trabalho se restringira a investigar a qualidade da vida sexual delas. infelizmente, por ora, nao abrangera tratamento.
    E nao conheço nenhum lugar especifico para tratamento de disfunçao sexual em ptes portadoras de esquizofrenia.
    O psiquiatra nao tem nenhuma indicaçao? Acho que vale a pena voce visitá-lo, nao acha?
    Beijos

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