Eu Escrevo e Sigo com as Armas de Jorge

Tem gente que quando está triste, corre para os braços da melhor amiga, para desabafar.
Eu, escrevo.
Melhor dizendo, eu sussurro. Falo bem baixinho. Não quero acordar meus monstros.


Tem gente que quando se decepciona, acha que nada mais dará certo, e sai por aí maldizendo o mundo.

Eu, escrevo.

Tem gente que quando está feliz, sai pra tomar cerveja e bebemorar.
Eu, escrevo.
 Ou melhor, eu grito. Bem alto pra todo mundo ouvir, e para espantar qualquer urucubaca que , se atreva, a me rondar.

Eu escondo a tristeza e alardeio a felicidade.
Sou assim.
Só gosto de público para dividir as coisas boas.


Hoje eu estou um pouco cansada, frustrada, e triste.
Mesmo assim, eu precisava aparecer por aqui e escrever. Não podia perder esta chance.
Até  porque amanha, eu sei que escreverei por um motivo diferente. Uma outra emoção.
Eu não guardo tristeza , como se guarda a um troféu.
Eu  só sinto e me fortaleço com ela. E , por ela, aprendi que devo ter muito respeito.

 Que devo aceita-la e entendê-la.
Deste maneira, mesmo com este turbilhão, eu apareço e escrevo. Sem disfarces.
Escrevo para afastar  qualquer pensamento ruím, qualquer idéia de auto-sabotagem, ou  de pessimismo que eu possa vir a ter.

Escrevo e saio de cena.
Recuo.
 E me escondo. Ou melhor, me recolho.


 Mas, não me preocupo.
Sei que amanhã estarei com um impulso ainda maior e a alma, novamente, livre pra desbravar o mundo.

Mais uma vez.
E mais uma.
E outra.
E de novo.
E quantas se fizerem necessário.
Porque eu sou incansável.
E não há nada que eu não consiga.





 " ....Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenham pés, não me alcancem
Para que meus inimigos tenham mãos, não me peguem, não me toquem
Para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam
E nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal ...."