segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

E Nós Somos Iguais aos Nossos Pais

É com  tristeza e surpresa que percebo, que mesmo meus amigos mais subversivos, se tornaram pessoas iguais aos nossos pais!
Justifica-se, afinal , por mais que lutemos contra, o que viramos quando crescemos?
Adultos!


Mas será que por isso a gente precisa perder toda aquela inquietação, o não conformismo, a espontaneidade de outros tempos?
Eu, devo confessar sempre fui meio patricinha, nada chegada a campings, ou a admirar o pôr do sol envolvida pelo clima e o que mais chegasse.
Nunca fui também o tipo que faz amizade fácil ou  que é a sensação das festas.
Nem aquela que se ajeita em qualquer local. Preciso de conforto, ar-condicionado, etc.

Eu, na verdade, nasci velha ( muito velha, e com valores antiquados)  e a cada ano fico mais nova, e com uma vontade louca de fazer uma revolução interna.
Uma vez, com uns 10 anos,  participando de uma dança de fim de ano, parei no meio, porque a calcinha estava aparecendo.
Hoje?
Bom, não sei como me sairia, mas sei que não pararia a dança. Desenvolvi mais jogo de cintura com o passar do tempo. Parei de ficar tensa com coisas bobas.

Na adolescência eu era uma eterna preocupada com tudo e com todos. Vivia pensando " o que vão pensar se eu fizer isto ou aquilo? ".
E se der errado? Como me justificarei?

Hoje, eu mando todos as favas! Tô nem aí!
Devo dizer que fiquei mais leve e mais divertida com os anos.
O que não foi difícil, afinal não fui uma adolescente, nem uma criança muito divertida.
 Muitas vezes fui a séria e a estraga prazeres da balada.
A vela mor dos casais e das minhas amigas.
Tinha medo de escorradeira, e de qualquer outra coisa que envolvesse algum risco.

Bom, a grande verdade é que enquanto eu fiquei mais jovem,  os outros envelheceram....

....  E agora, no meio do percurso, nos encontramos, nos identificamos e nos demos as mãos.

Atualmente, eu me sinto bem mais em sintonia com todos e com quem eu sou. Estou, de fato, feliz e realizada com o meu papel nesta história de nossas vidas. E me pego, pasmem, causando surpresa e estranheza por algumas opiniões e algum comportamento que revelo ter. Mudei. E mudei muito.
Até fiz um blog...

Bom, de um jeito ou de outro, o fato é que todo mundo, todos nós ( eu também me incluo) , uns mais, outros menos, acabamos IGUAIS aos nossos pais.
Recorremos todos a um estilo de viver e pensar mais seguro e conveniente com o tempo.
Meus amigos hippie, rastafari, chegados a um cigarrinho, que me desculpem, mas vocês também se tornaram uns adultos bem previsíveis...

Será que não tem mais jeito pra isso? Será que é ou isso, ou Peter Pan?

Não sei, mas sei que eu tento, cada dia com mais força, não perder a minha capacidade de recomeçar, de mudar de idéia, de ver por outro prisma, de recuar, de rir de mim mesma, de não me sabotar, e de tentar ser feliz sempre.
Tento também não ceder a valores que não combinem com o que meu coração dita.
Tudo isto, sem me importar com nenhuma idéia preconcebida, minha, ou de quem quer que seja.



Este texto surgiu após a leitura deste post lindo da Balzaca Materna,  quando ela se compara a Benjamin Button, e após ouvir um música do Legião.

4 comentários:

  1. Adorei Lorena! Me sinto meio assim. Já fui mais certinha e muito mais preocupada com a opinião dos outros. Mas com o tempo, surge algo novo - um sentimento mais à flor da pele...Talvez isso explique porque as pessoas vão ficando mais engessadas e mais protegidas! Bjs

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  2. Eu acho que explica sim Ila.
    Parece um gesso coletivo.
    Uma proteção contra a tudo de novo, e contra a todos que seja diferente.

    Que a gente continue rejuvenescendo!

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  3. Oi Lorena!

    Me identifiquei móóóóinto!
    Tbm nasci velha. Enquanto minhas amigas gostavam da músicau da moda eu queria ouvir música da época dos meus avós. casei cedo, tive filho cedo. isso sempre foi motivo pra eu estar fora de sintonia com meus grupos. e agora, tem gente que estranha, eu curto o pôr-do-sol, simplesmente pelo o que ele tem pra me dar. cada dia abandono uma preocupação sobre o que podem pensar de mim ou me julgar. se a calcinha aparecer eu dou é risada e não saio chorando como já fiz na minha infância. ai, assim me sinto tão leve mas continuo fora de sintonia, pois algumas pessoas, vão ficando carregadas, pesadas, perdendo certa inocência que tinham quando eram jovens. cada um com seu cada qual, não é mesmo? eu faço o que me faz feliz, não me preocupo mais em só agradar os outros. acho tô em crise, das boas!

    beijos

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  4. Lorraine, eu também me sinto tao em descompasso, algumas vezes...
    Tão na contramao, mas tão mais feliz.
    E tambem percebo que alguns ficaram bem mais carregados...
    Como vc disse, cada um com o seu cada qual, ne?
    Beijos

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